domingo, 5 de fevereiro de 2012

Desabafo

Lembro de um dia em que andava pela rua da minha casa com a cabeça baixa, como de costume.
Não lembro exatamente o motivo, mas algo me fez olhar para a praça, olhar o topo das árvores sendo contornadas pela luz do Sol, destacando-se do céu azul.
Naquele momento me senti... Não sei... É engraçado, mas não consigo descrever com palavras a sensação de olhar aquele quadro vivo na minha frente. É uma sensação de alegria, tranquilidade, de conforto.
Hoje começo a entender o motivo pelo qual não consigo definir minhas sensações. Acredito que ainda não foi inventada uma palavra capaz de traduzi-las. Pois ninguém sente como eu, ninguém enxerga como eu, ninguém pensa com eu, ninguém observa como eu.
Sei que parece arrogância, mas a verdade é que sou um ser diferente. Um serzinho estranho, intimista e, muitas vezes, antipático que se considera diferente porque nunca conseguiu conversar com alguém capaz de entender, nem ao menos, um pensamento maluco que habita essa cabecinha complexa.
No auge da minha arrogância, posso dizer que sou um ser aparte do mundo. Solitária, por assim dizer. Não me considero um ser especial ou genial, longe disso, pois pessoas assim gostam de saber que são incompreendidas.
Já eu?! Eu odeio vivar com esse dilema cotidiano, sempre medindo palavras, ações e pensamentos para não ser mau interpretada. Odeio ouvir as pessoas, analisar seus atos e perceber como elas são pobres. Pobres de percepções, pobres de visão, pobres de sentimentos.
Por isso, quando ando na rua, não olho mais para o chão, muito menos para as pessoas que me encaram, olho para o céu, para as árvores e para o topo dos prédios. Fico a admirar os belos retratos que eles formam para mim com o objetivo de, talvez, alegrarem meu dia!

Um comentário:

  1. Somos todos diferentes, sentenças únicas mas estamos aqui para contribuir com o outro e assim descobrir a que viemos.

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